Capitalização da Petrobras eleva expectativa de entrada de moeda americana e derruba cotação
O Banco Central (BC) tem agido no mercado de câmbio, mas até agora a estratégia não está surtindo efeito. Ontem, o dólar recuou pela nona vez seguida, para R$ 1,716 na venda, baixa de 0,23%, para o menor patamar desde 3 de dezembro do ano passado.
A desvalorização ocorreu apesar de o BC ter voltado a realizar um segundo leilão de compra de dólar perto do fechamento do mercado. O BC retomou essa estratégia para enxugar o que considera excesso de moeda americana – e assim controlar a apreciação do real – desde a quarta-feira passada. Nos últimos quatro meses, havia feito apenas um leilão diário.
Entre os principais motivos para a queda do dólar está a perspectiva de significativa entrada de moeda americana devido ao processo de capitalização da Petrobras. As captações externas feitas por diversas companhias, que aproveitam para buscar recursos mais baratos no exterior, também influenciam na cotação.
Além disso, ao longo do ano, investidores estrangeiros têm aproveitado a diferença entre a taxa básica de juro brasileiro – de 10,75% ao ano – e a de países desenvolvidos, próximo de zero. Ontem, o comportamento do dólar ante o real seguiu a tendência no mercado internacional, no qual a moeda americana recuou em relação ao euro e ao iene.
Na última quinta-feira, em palestra a empresários, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo não permitiria que o real derretesse. Mas não informou que medidas seriam adotadas.
O BC não informa imediatamente quanto adquire nesses leilões. Amanhã, o governo publica o boletim semanal. Analistas do setor financeiro avaliam que somente as intervenções do Banco Central têm evitado que as cotações fiquem abaixo do piso informal de R$ 1,70.
14/09/2010
Diário Catarinense
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