A Usiminas afirmou que ainda é muito cedo para avaliar se o terremoto de 8,9 graus na escala Richter, ocorrido sexta-feira no Japão, levará ao aumento das vendas para aquele país.
Rumores de mercado logo após o desastre indicavam que a siderúrgica mineira, presidida por Wilson Brummer, se beneficiaria com o crescimento de negociações de aço com o Japão, pois foram registrados danos em estruturas de cinco siderúrgicas locais.
A perspectiva de aumento das vendas vem da possibilidade da interrupção na produção das siderúrgicas Kashima, da Sumimoto Metal, Chiba e Keihin, da JFE Holding Inc., e a Muroran e Kimitsu, da Nippon Steel, que poderão frear a produção por aproximadamente seis meses. Se esse fato se confirmar, 22,2 milhões de toneladas de aço serão retirados do mercado. Há ainda a probabilidade da unidade Kakogawa, da Kobe Steel, no oeste do Japão, também ter sido avariada.
Esse aumento das vendas na siderúrgica nacional poderia se dar em função da presença da Nippon Steel no bloco controlador da Usiminas. A empresa japonesa possui 27,8% do capital votante da companhia ao lado da Votorantim e Camargo Corrêa que, juntas, controlam 26% da companhia mineira.
Os efeitos do terremoto e o retorno da possibilidade de alteração no grupo de controle da maior produtora de aços planos do país, mesmo com o acordo estabelecido no mês passado entre as três companhias que estabeleceu a manutenção deste bloco imutável pelos próximos vinte anos, levou à alta das ações da Usiminas. Apesar disso, analistas de mercado classificaram esses rumores apenas como especulações por conta justamente desses acordos.
Essa paralisação das siderúrgicas japonesas não devem ter nenhum impacto direto maior sobre os preços do minério de ferro, uma vez que os possíveis embarques perdidos de matéria-prima dessas siderúrgicas representam apenas um volume pequeno na comparação com os embarques marítimos globais de minério de ferro, que somam um bilhão de toneladas ao ano. Essa é a opinião de Tim Hard, diretor da Steel Index. Para ele, no entanto, isso vai afetar o sentimento no mercado de minério de ferro mundial.
A Vale poderá ser uma das prejudicadas com essa parada, pois fornece o insumo para as empresas japonesas. Procurada, a mineradora informou por meio de sua assessoria de imprensa que não tem projeções em relação a possíveis efeitos do terremoto no Japão sobre as vendas do minério. A empresa se limitou a informar que o tremor de terra não afetou suas operações, que englobam escritório e uma unidade de níquel.
Petrobras
O terremoto também provocou a interrupção nas atividades de pelo menos cinco grandes refinarias de petróleo no país, diminuindo em aproximadamente 1,2 milhão de barris por dia, que corresponde a 25%, a capacidade de refino japonesa. Em duas dessas refinarias (Sendai e Chiba), houve princípio de incêndio nos tanques de armazenagem, mas as operadoras disseram que não houve danos à infraestrutura. Já a Petrobras informou que não houve danos materiais às instalações. A estatal possui 100% da refinaria Nansei Sekiyu (NSS), localizada na ilha de Okinawa, cuja capacidade de processamento é de 100 mil barris de óleo equivalente diários.
14/03/2011
DCI – Caio Luizagências
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